Ainda bem que não jogaram nenhuma folha de papel sulfite criticando o jornal do centenário de Capetinga na minha casa. Fiquei sabendo por amigos e parentes que o fato ocorreu em algumas residências do município, e mesmo passado os 40 dias após a ocorrência, aqui vai um texto de resposta para quem fez isso.
Vou ser clara nas minhas considerações. Primeiramente, condeno a atitude tomada porque acho que ninguém, nem nenhum grupo que se esconde atrás de um manifesto anônimo merece atenção e muito menos respeito. Está aqui o meu exemplo, porcaria ou não, o jornal apresentou uma jornalista responsável, uma equipe colaboradora e a administração que encomendou o tablóide. Desta forma ficou muito fácil dirigir as críticas.
Desde a formação do mundo, todos nós sabemos que ninguém é capaz de agradar a todos. Críticas construtivas são sempre bem-vindas, sou totalmente a favor de manifestações populares, mas elas têm que ser consistentes e realmente representar a opinião e os interesses do povo.
Esclareço que o jornal foi encomendado num curto espaço de tempo e que eu e David Pimenta, diagramador, trabalhamos durante dois dias – dia e noite – na preparação do material. Uma verdadeira loucura. Aceitei a proposta não pelo retorno financeiro que esta apresentava, aliás, se fosse pelo dinheiro em questão, nem faria o jornal. Mas assumi o trabalho porque ele me foi apresentado como o único registro histórico programado para os 100 anos do município.
Achei que a população de Capetinga, aquela que rala todo ano de maio a dezembro na colheita do café, que não está 'amparada' em cargo público municipal, pelo contrário, que se esforça todos os dias para manter e viver do negócio próprio, que se desloca para municípios vizinhos em busca de trabalho, enfim, os capetinguenses que amam e se dedicam verdadeiramente à cidade, estes mereciam ver sua história registrada no papel.
A parte histórica do jornal foi escrita com base no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de uma professora da cidade e também nas publicações do “Informativo Capetinguense”, jornal que circulava no município anteriormente. Já as demais informações sobre as fotos antigas e relatos de capetinguenses foram colhidas por um representante da prefeitura municipal. Como trabalho fora, não pude acompanhar todo o processo pessoalmente aí de Capetinga.
Quanto ao texto das obras – que deve ter instigado os “Manifestantes do Sulfite” – foi escrito com respaldo nas informações enviadas pela administração municipal atual. Se nele consta alguma inverdade, cabe ao povo procurar os seus direitos. Porém, deixo aqui a minha advertência de que existem alternativas muito mais eficazes para se fazer ouvir do que escrever manifesto de críticas ofensivas, sem nenhuma funcionalidade. Um exemplo seria acionar o Ministério Público Estadual (MPE) que acata, investiga as denúncias de supostas irregularidades cometidas por agentes políticos e as encaminha para julgamento dos magistrados.
O que não pode acontecer é uma cidade ficar omissa, vendo as supostas 'irregularidades' do governo de que vocês tanto falam e, no entanto, a única atitude tomada ser um manifesto feito em folhas de papel sulfite questionando sobre os gastos que o Executivo teve com o jornal do aniversário da cidade. Façam-me um favor!
Caros. É preciso muito mais que isso se quisermos ter uma administração em prol de um povo e não um povo em prol de uma administração. Na minha opinião, os prefeitos estão mais do que certos em querer divulgar obras que foram feitas no decorrer de seus mandatos. Cabe ao povo, desenvolver bem o seu papel: eleger políticos com consciência, fiscalizar a administração e tomar as medidas de direito cabíveis. Claro que o povo também precisa diferenciar o que é marketing político e divulgação mentirosa.
Fico feliz por ter meu celular funcionando na cidade, por ver amigos serem transportados para faculdade em Franca em um ônibus mais novo, o PSF atendendo em lugar mais adequado, crianças e jovens tendo oportunidade de lazer e pratica de esporte na pista de skate. Creio que isso tudo não é fruto da minha imaginação. São benfeitorias que estão ali, para quem quiser ver.
A cidade tem problemas. Isso eu concordo. E por sinal gravíssimos. Mas acho muito fácil criticar, ameaçar e colocar-se como oposição, se escondendo por detrás das cortinas. Quero ver agir, questionar, ir em defesa do direito da maioria, mostrando a cara, doa a quem doer. É deste tipo de gente, que penso que o município precisa. Fica aqui mais esta sugestão para as próximas eleições municipais. Que caiam as máscaras!
sábado, 1 de maio de 2010
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