Quero aproveitar esse primeiro contato para dizer que independente do que virá depois, a primeira impressão é a que fica. É verdade. É muito legal conseguirmos recordar os fatos que marcaram de alguma forma o início de etapas de nossa vida.
Eu, por exemplo, consigo me lembrar de quando frequentei pela primeira vez a Escola Municipal Senador Flaquer, em São Caetano do Sul/SP. Era meu primeiro dia de aula, estava iniciando o 1º ano do Ensino Fundamental, sentia uma vontade enorme de aprender, mas ao mesmo tempo vinha um frio na barriga só de pensar que a partir dali eu teria que seguir sem a companhia da minha mãe, dos meus amigos da fase pré-escolar, ou seja, teria que enfrentar tudo aquilo sozinha e para o meu próprio bem.
Desta escola eu me lembro de uma única professora, a Dona Mitssuko, uma japonesa que dava aulas de matemática. Eu adorava estudar matemática. Em certo ano do ensino fundamental comecei a forjar a assinatura da minha mãe nas provas que tirava nota baixa e fui pega porque joguei a teste amassado debaixo da cama. Claro que minha mãe achou. Tive que explicar o fato para a professora e para a Dona Laudicéia (minha mãe), que foi convocada a comparecer na instituição. Foi constrangedor ser tratada como "a falsária" aos 8 anos de idade.
A minha habilidade com a dança também ficou registrada nesta época. Lembro-me que a professora do meu irmão me convidou para criar coreografia dos alunos da pré-escola para a apresentação de final de ano. Fui toda contente, dando uma de professora com a meninada, sem me dar conta de que era tão menina quanto eles.
Recordo-me das festas juninas, como eram bons os festejos naquela escola, havia barracas de prenda, pescaria, jogo de mira e salas "Casa dos monstros", "Da Bruxa", "Fada" - artifícios criados especialmente para ganhar a garotada e, é claro, arrecadar dinheiro para a instituição.
Se fechar meus olhos, consigo me lembrar do recreio, sentir o cheiro do lanche e ouvir o barulho da sirene que põe fim ao intervalo. Em fila, os alunos eram levados para o pátio para cantar o Hino Nacional e da Bandeira. Isso acontecia toda segunda-feira. Havia ainda um pequeno parque com balanço, escorregador, árvores e areia. Tinha medo de ir ao banheiro sozinha porque diziam que uma loira - morta na adolescência - sempre aparecia por lá, vestida toda de branco.
Uma vez, estava assistindo a aula com uma caneta na boca. Um amigo de sala me empurrou, provocando um acidente: a tampa da caneta perfurou meu 'céu da boca'. Lembro exatamente o pânico que me deu ao ver todo aquele sangue. Claro que rapidamente a situação foi resolvida, após um bochecho de água com sal.
Teve também o dia em que minha mãe se atrasou para me buscar na escola e tive que ficar aguardando um bom tempo na sala da diretora. Isso ficou registrado na minha memória.
No Senador Flaquer havia dentista e cheguei a consultar com ele. Era um consutório pequeno, mas bem equipado. Não consigo recordar o nome do profissional, mas me lembro que ele era um senhor de cabelo branco.
É muito gostoso recordar tudo isso e saber que boas impressões ficaram daquela escola, dos professores, dos amigos , enfim, da fase estudantil. Se recordar é viver, vou mais além, recordar as boas impressões é proporcionar felicidade uma, duas, três ou inúmeras vezes.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
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Eu também me recordo muito dos meus tempos de escola...adorei seu texto e espero ler outros textos seu aqui. Um beijão amiga.
ResponderExcluirTemos que trazer a memoria só o que pode nos trazer esperança.Recordar é viver.
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